A Confederação Germânica fundada em 1815 pelo Congresso de Viena era um grande estado reunindo vários territórios autónomos. Era formada por 39 estados soberanos entre os quais o império austríaco, o estado prussiano e muitos ducados, principados e cidades livres.
O soberano desta confederação era o imperador austríaco e a Áustria procurava ter ascendente sobre os territórios alemães. Os desejos de unificação dividiam-se porém entre os adeptos da chefia prussiana ou da austríaca.
A Prússia desejava a supremacia política sobre a região tendo-se desenvolvido bastante do ponto de vista económico e cultural, armamento, comunicações, indústria, ensino universitário etc.
Em 1828, a Prússia iniciou uma união aduaneira com vários estados pequenos no sentido de desenvolver as relações económicas, o Zollverein sem barreiras alfandegárias criando uma poderosa força militar.
Em 1848 a Dieta de Frankfurt, espécie de parlamento federal propôs a unificação política de todos os territórios não austríacos mas o imperador da Prússia desejava uma união mais centralizada.
A partir de 1862 iniciou-se o movimento de unificação com recurso às armas sob inspiração do primeiro ministro de Guilherme I da Prússia, Otto Von Bismarck.
Por alturas da Guerra dos Ducados terminada em 1865 a Áustria ficou a administrar o ducado de Schleswig e a Prússia com o de Holstein. A Prússia alegou ter a Áustria a ambição de governar sobre os ducados e entrou em guerra com aquele império conseguindo em 1866 pela paz de Praga a expulsão da Áustria da Confederação Germânica formando-se a Confederação da Alemanha do Norte em 1867 constituída por 21 estados.
A guerra com a França permitiu à Alemanha adicionar mais alguns territórios à custa dos rivais latinos.
A sucessão do trono de Espanha ficou em aberto depois da expulsão do poder da rainha Isabel II perfilando-se como candidato Leopoldo de Hohenzollern casado com D. Antónia de Portugal mas aquele sendo primo do imperador prussiano, enfrentou a oposição da França que receava a supremacia da Alemanha na Europa. O imperador alemão interveio para retirar a candidatura do príncipe mas os franceses exigiram mais garantias que os prussianos não concederam iniciando-se a guerra Franco Prussiana com a invasão da França.
Travaram-se as batalhas de Sedan e Metz sendo presos 90 000 soldados franceses e o imperador. Conhecida a derrota os parisienses proclamaram a 3ª Republica e a França perdeu os territórios católicos da Alsácia Lorena com o Tratado de Paris de 1871. A unificação alemã transformou este país numa forte potência europeia. A União Alfandegária (Zollverein) entre todos os estados alemães, embora lenta foi o fundamento da unidade alemã e da sua força industrial. Os últimos territórios a aderir à união aduaneira foram as cidades de Hamburgo e Bremen, em 1888.
Entretanto a produção industrial em grande crescimento foi impulsionada pelas numerosas guerras e conflitos em que a Prússia se tinha envolvido resultando daí um potencial bélico que igualava no final do século XIX as duas outras grandes potências europeias, França e Inglaterra. Acompanhando esta afirmação económica e industrial as pretensões expansionistas do Império Alemão afirmaram-se com a conivência de outras potências vizinhas. Assim, cerca de 1880 o imperador Guilherme da Alemanha convocou uma grande conferência internacional, a Conferência de Berlim que agrupava todas as potências coloniais da época e tendo como objectivo a partilha da África orientada pelo principio da ocupação efectiva dos territórios coloniais. Procurava-se assim assegurar o fornecimento de matérias primas fundamental à expansão da indústria europeia conquistando mercados e demarcando territórios.
A par da diplomacia, a Alemanha equipou o seu exército e marinha com o equipamento mais moderno firmando ao mesmo tempo acordos e tratados políticos e militares dos quais se destaca a Triplice Aliança com a Austro-Hungria e a Itália. Este acordo estabelecido em 1882 foi o passo decisivo duma afirmação hegemónica que a Inglaterra e a França, como potências coloniais de primeira importância, não podiam ignorar levando estas com o apoio do Império czarista da Rússia, a firmar entre si a Triple Entente concluida em 1907.
Duma Paz Armada que opunha os dois blocos o mundo passou rapidamente para o confronto bélico a partir de 1914, a 1ª Grande Guerra, conflito que durou seis anos e que se iniciou com um avanço súbito e poderoso da Alemanha contra a França no sentido de ocupar Paris que os alemães consideravam manter uma política contrária aos seus interesses e que em diversas ocasiões ao longo dos quarenta anos anteriores mantivera com os germânicos frequentes disputas políticas e territoriais e que era considerada na época uma nação apoiante dos perigosos ideais de secessão que ameaçavam os Impérios Centrais (Alemanha e Austro-Hungria).
A vitória na 1ª Grande Guerra acabou no entanto por ficar nas mãos dos aliados da Europa Ocidental, Inglaterra, França e países aliados de entre os quais se destacaram os E.U.A. cujos exércitos, nos últimos meses do conflito apoiaram nas trincheiras o esforço de guerra francês detendo com sucesso aos ultimas avanços do exército germânico.
A capitulação alemã aconteceu em 11 de Novembro de 1918 dando lugar no principio de 1919 à Conferência de Paz realizada em Paris com a presença dos delegados das várias nações intervenientes. Ao mesmo tempo a Alemanha mergulhava no caos social e económico provocado por revoltas comunistas e extremistas em várias cidades alemãs, factos que exigiram a intervenção no seu território dos exércitos aliados impondo a ordem e instaurando um regime de democracia parlamentar.